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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

ARQUÉTIPOS


Antes de iniciar a definição do conceito de arquétipo é importante entender como Jung dividiu a psique.
Para Jung o inconsciente possui duas camadas. À camada mais superficial do inconsciente ele denominou de inconsciente pessoal cujos conteúdos foram adquiridos individualmente e que formam as partes constitutivas da personalidade individual, sendo passiveis de se tornarem conscientes. À segunda camada, mais profunda, Jung denominou de inconsciente coletivo. Nessa camada os conteúdos são de ordem impessoal e coletiva, e representam uma base da psique universalmente presente em todas as culturas e povos e sempre idêntica a si mesma.
Em O Eu e o Inconsciente Jung diz:
“Já propus antes a hipótese de que o inconsciente, em seus níveis mais profundos, possui conteúdos coletivos em estado relativamente ativo; por isso o designei inconsciente coletivo.”
O inconsciente coletivo é formado pelos instintos e pelos arquétipos.
Os arquétipos são componentes de ordem impessoal e coletiva que se apresentam sob a forma de categorias herdadas. São sedimentos de experiências constantemente vividas pela humanidade em um processo repetitivo.
Em Psicologia do Inconsciente, essa idéia da repetição é encontrada.
“O arquétipo é uma espécie de aptidão para reproduzir constantemente as mesmas idéias míticas; se não as mesmas, pelo menos parecidas. Parece, portanto, que aquilo que se impregna no inconsciente é exclusivamente a idéia da fantasia subjetiva provocada pelo processo físico. Logo, é possível supor que os arquétipos sejam as impressões gravadas pela repetição e reações subjetivas.”
Portanto, são qualidades e traços herdados e compartilhados por toda a humanidade.
Ao contrário do inconsciente pessoal, o inconsciente coletivo não se desenvolve individualmente, ele é herdado.

Os arquétipos, enquanto imagens primordiais, são freqüentemente encontrados na mitologia, nos contos de fadas e lendas populares de diversas culturas. Neles encontramos situações similares como “a jornada do herói”, “a luta contra o monstro (dragão) para salvar a donzela“, etc. Bem com encontramos nos diversos panteões mitológicos imagens como o “o deus guerreiro”, “a deusa do amor”, “a grande mãe”, etc.
Para o mesmo arquétipo pode haver uma variedade de símbolos associadas a ele. Um dos arquétipos mais comentados e analisados é o arquétipo da Mãe, que não corresponde somente à mãe real de cada indivíduo. E em relação a ele há uma infinidade de símbolos, como a bruxa, a nutridora, a virgem, a natureza, etc.
Esses símbolos são capazes de ativar os complexos impulsionando a psique para a evolução, como um principio ordenador e mobilizador, mas também podem destruir e paralisar gerando neuroses, caso o indivíduo não aceite os complexos.
Sobre isso Jung diz:
“O fato de ter complexos, ao invés não implica uma neurose, pois normalmente são os complexos que deflagram o acontecimento psíquico, e seu estado dolorido não é sinal de distúrbios patológicos. Sofrer não é uma doença, mas o pólo oposto normal da felicidade. Um complexo só se torna patológico quando achamos que não o temos.”
É conveniente esclarecer, devido à grande confusão existente a respeito desse conceito, que os arquétipos são possibilidades de representação das imagens.
Em Arquétipos e o inconsciente coletivo, Jung diz:
“Há tantos arquétipos quantas situações típicas na vida. Intermináveis repetições imprimiram essas experiências na constituição psíquica, não sob a forma de imagens preenchidas de um conteúdo, mas precisamente apenas formas sem conteúdo, representando a mera possibilidade de um determinado tipo de percepção e ação, Quando algo ocorre na vida que corresponde a um arquétipo, este é ativado e surge uma compulsão que se impõe a modo de uma reação instintiva contra toda a razão e vontade, ou produz um conflito de dimensões eventualmente patológicas, isto é, uma neurose.”
Os arquétipos, portanto, são formas pre-existentes que só podem ser nomeados e representados quando acessam a consciência, por meio de imagens. A manifestação do arquétipo é pessoal, entretanto a base instintiva é a mesma para todos os seres humanos.

Assim como os antigos deuses necessitavam dos humanos para adorá-los, nomeá-los e para simplesmente existir em um mundo em três dimensões, os arquétipos universais necessitam da experiência humana para tomar forma em cada existência de modo único.

O termo “arquétipo” tem suas origens na Grécia antiga, as palavras raiz são archein que significa “original ou velho” e typos que significa “padrão, modelo ou tipo”, o significado combinado é “padrão original” do qual todas as outras pessoas similares, objetos ou conceitos são derivados, copiados, modelados, ou emulados.
Jung usou o conceito de arquétipo em sua teoria da psique humana, ele acreditava que arquétipos de míticos personagens universais residiam no interior do inconsciente coletivo das pessoas em todo o mundo, arquétipos representam motivos humanos fundamentais de nossa experiência como nós evoluímos consequentemente eles evocam emoções profundas.
Embora existam muitos diferentes arquétipos, Jung definiu doze tipos principais que simbolizam as motivações humanas básicas, cada tipo tem seu próprio conjunto de valores, significados e traços de personalidade, além disso, os doze tipos são divididos em três grupos de quatro, ou seja, Ego, Alma e Eu, os tipos em cada conjunto compartilha uma fonte de condução comum, por exemplo, tipos dentro do conjunto Ego são levados a cumprir agendas definidas pelo ego.
A maioria se não todas as pessoas têm vários arquétipos em jogo na construção da sua personalidade, no entanto, um arquétipo tende a dominar a personalidade em geral, ele pode ser útil para saber quais arquétipos estão em jogo em si e nos outros, especialmente nos entes queridos, amigos e colegas de trabalho a fim de obter uma visão pessoal sobre comportamentos e motivações.
OS TIPOS DE EGO
1. O Inocente
Lema: Livre para ser você e eu
Desejo principal: Chegar ao paraíso
Objetivo: ser feliz
Maior medo: Ser punido por ter feito algo de ruim ou errado
Estratégia: Fazer as coisas certas
Fraqueza: Chato por toda a sua inocência ingênua
Talento: Fé e otimismo
O Inocente também é conhecido como: utópico, tradicionalista, ingênuo, místico, santo, romântico, sonhador.
2. O Cara Comum, o Órfão
Lema: Todos os homens e mulheres são iguais
Desejo central: Ligação com os outros
Objetivo: Fazer parte
Maior medo: Ficar de fora ou se destacar da multidão
Estratégia: Desenvolver sólidas virtudes comuns, seja para a Terra ou o contato comum
Fraqueza: Perder o próprio Eu em um esforço para se misturar ou por uma questão de relações superficiais
Talento: O realismo, a empatia, a falta de pretensão
A pessoa normal também é conhecida como: O bom menino velho, o homem comum, a pessoa da porta ao lado, o realista, o cidadão sólido, o trabalhador rígido, o bom vizinho, a maioria silenciosa.
3. O Herói
Lema: Onde há uma vontade, há um caminho
Desejo central: Provar o valor para alguém através de atos corajosos
Objetivo: Especialista em domínio de um modo que melhore o mundo
Maior medo: Fraqueza, vulnerabilidade, ser um “covarde”
Estratégia: Ser tão forte e competente quanto possível
Fraqueza: Arrogância, sempre precisando de mais uma batalha para lutar
Talento: Competência e coragem
O herói também é conhecido como: O guerreiro, o salvador, o super-herói, o soldado, o matador de dragão, o vencedor e o jogador da equipe.
4. O Cuidador
Lema: Ame o seu próximo como a si mesmo
Desejo central: Proteger e cuidar dos outros
Objetivo: Ajudar os outros
Maior medo: Egoísmo e ingratidão
Estratégia: Fazer coisas para os outros
Fraqueza: Martírio e ser explorado
Talento: Compaixão e generosidade
O cuidador também é conhecido como: O santo, o altruísta, o pai, o ajudante, o torcedor.
OS TIPOS DE ALMA
5. O Explorador
Lema: Não me cerque
Desejo central: A liberdade de descobrir quem é através da exploração do mundo
Objetivo: A experiência de um mundo melhor, mais autêntico, mais gratificante na vida
Maior medo: Ficar preso, conformidade e vazio interior
Estratégia: Viajar, procurar e experimentar coisas novas, fugir do tédio
Fraqueza: Perambular sem destino tornando-se um desajustado
Talento: Autonomia, ambição, ser fiel a sua alma
O explorador também é conhecido como: O candidato, o iconoclasta, o andarilho, o individualista, o peregrino.
6. O Rebelde
Lema: As regras são feitas para serem quebradas
Desejo central: Vingança ou revolução
Objetivo: Derrubar o que não está funcionando
Maior medo: Ser impotente ou ineficaz
Estratégia: Interromper, destruir ou chocar
Fraqueza: Cruzar para o lado negro do crime
Talento: Ousadia, liberdade radical
O rebelde também é conhecido como: O ilegal, o revolucionário, o homem selvagem, o desajustado, o iconoclasta.
7. O Amante
Lema: Você é único
Desejo central: Intimidade e experiência
Objetivo: Estar em um relacionamento com as pessoas no trabalho e no ambiente que eles amam
Maior medo: Ficar sozinho, ser um invisível, se indesejado, ser mal amado
Estratégia: Tornar-se cada vez mais atraente fisicamente e emocionalmente
Fraqueza: Com o desejo de agradar aos outros corre o risco de perder sua identidade externa
Talento: Paixão, gratidão, valorização e compromisso
O amante também é conhecido como: O parceiro, o amigo íntimo, o entusiasta, o sensualista, o cônjuge, o construtor de equipe.
8. O Criador
Lema: Se você pode imaginar algo, isso pode ser feito
Desejo central: Criar coisas de valor duradouro
Objetivo: Realizar uma visão
Maior medo: A visão ou a execução medíocre
Estratégia: Desenvolver a habilidade e o controle artístico
Tarefa: Criar cultura, expressar a própria visão
Fraqueza: Perfeccionismo, soluções ruins
Talento: Criatividade e imaginação
O Criador também é conhecido como: O artista, o inventor, o inovador, o músico, o escritor, o sonhador.
OS TIPOS DE EU
9. O Tolo
Lema: Só se vive uma vez
Desejo central: Viver para o momento com pleno gozo
Objetivo: Ter um grande momento e iluminar o mundo
Maior medo: Se aborrecer ou chatear os outros
Estratégia: Jogar, fazer piadas, ser engraçado
Fraqueza: Frivolidade, desperdício de tempo
Talento: Alegria
O tolo também é conhecido como: O bobo da corte, o malandro, o palhaço, o brincalhão, o comediante.
10. O Sábio
Lema: A verdade vos libertará
Desejo central: Encontrar a verdade
Objetivo: Usar a inteligência e a análise para compreender o mundo
Maior medo: Ser enganado, iludido, ou ser ignorante
Estratégia: Buscar informação e conhecimento, auto reflexão e compreensão dos processos de pensamento
Fraqueza: Pode estudar detalhes para sempre e nunca agir
Talento: Sabedoria, inteligência
O Sábio também é conhecido como: O perito, o erudito, o detetive, o conselheiro, o pensador, o filósofo, o acadêmico, o pesquisador, o pensador, o planejador, o profissional, o mentor, o professor, o contemplador.
11. O mágico
Lema: Eu faço as coisas acontecerem.
Desejo central: Compreensão das leis fundamentais do universo
Objetivo: Realizar sonhos
Maior medo: Consequências negativas não intencionais
Estratégia: Desenvolver uma visão e viver por ela
Fraqueza: Se tornar manipulador
Talento: Encontrar soluções ganha-ganha
O mágico também é conhecido como: O visionário, o catalisador, o inventor, o líder carismático, o xamã, o curandeiro, o feiticeiro.
12. O Governante
Lema: O poder não é qualquer coisa, é a única coisa
Desejo central: Controle e poder
Objetivo: Criar uma família ou uma comunidade bem sucedida e próspera
Estratégia: Exercer o poder
Maior medo: O caos, ser destituído
Fraqueza: Ser autoritário, incapaz de delegar
Talento: Responsabilidade, liderança
O Governante é também conhecido como: O chefe, o líder, o ditador, o aristocrata, o rei, a rainha, o político, o gerente, o administrador.
                                                                 


AS QUATRO ORIENTAÇÕES CARDEAIS  - As quatro orientações cardeais definem quatro grupos, com cada grupo contendo três tipos (como a roda de arquétipos acima ilustra), cada grupo é motivado por seu respectivo foco orientador: satisfação do ego, liberdade, socialidade e ordem, esta é uma variação nos grupos dos três tipos anteriormente mencionados, no entanto, todos os tipos dentro do Ego, Alma e Eu compartilham da mesma fonte de condução, os tipos que compõem a orientação dos quatro grupos têm diferentes unidades de origem, mas a mesma orientação de motivação, por exemplo, o cuidador é impulsionado pela necessidade de cumprir agendas do ego através do atendimento das necessidades dos outros que é uma orientação social, considerando que o herói também é impulsionado pela necessidade de cumprir agendas do ego o faz através de ação corajosa que comprova a autoestima, compreender os agrupamentos ajudará na compreensão da dinâmica de motivação e autopercepção de cada tipo.
Texto- ANTROPOSOFY

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